O Bondage e a sociedade

A sociedade, a mesma que repele constantemente e absurdamente todos os sinais de Bondage com medo que este possa vir a causar algum problema gravíssimo no seio de alguma comunidade, usa constantemente este assunto nas mais variadas formas.
 Em 1999 a já extinta empresa “Bullfrog” criou a sequela daquele que viria a ser o jogo de computador "fetiche" dos aficionados do BDSM e curiosamente um dos jogos mais vendidos e jogados nesse ano, o "Dungeon Keeper II".

 Este era um jogo do tipo RTS cujas principais "armas" seriam as criaturas que tínhamos ao nosso dispor e a mais enigmática delas a Dark Mistress

A Dark Mistress, era a senhora da câmara de tortura, e era a responsável pela execução dos castigos aos inimigos da Masmorra. Nada lhe dava mais prazer do que ouvir os gritos de dor a ecoarem na sala de tortura. (Imagem)

No jogo True Crime, existe um nível inteiro onde o nosso parceiro é raptado e aparece constantemente vestido em latex, amarrado e amordaçado com uma Ball-gag.

Em 1986, 9 semanas e meia estreava nos cinemas em todo o mundo e a critica rendia-se ao maior filme de cariz sensual e sexual produzido até hoje, marcando uma época cinematográfica. (Imagem)

Elizabeth, uma inteligente e sofisticada mulher, conhece John. Ela, que até então detinha total controlo de si própria, deixa agora que a enigmática personalidade deste estranho a envolva numa relação de intensa e extrema sensualidade... uma relação que descarrila num pesadelo erótico de fantasia e domínio absoluto sobre a sua própria sexualidade.

Em Bound, de 1996, um dos grandes filmes desse ano, relata uma historia de suspense e acção entre duas lésbicas. A capa diz tudo. Em 1999, Joel Schumacher realiza “8 mm”, com Nicholas Cage no papel principal e Joaquin Phoenix (Gladiador) e choca o mundo do cinema ao produzir um filme completamente inserido num mundo fetichista e bondagista onde tudo é mostrado sem qualquer puder. O filme teve nomeado para os Óscares nesse ano mas não ganhou nenhum.

Ainda no mesmo ano, Mel Gibson protagoniza “PayBack”, onde numa das cenas do filme aparece a consagrada actriz Lucy Liu como uma “Dominatrix” muito sexy atendendo um telefonema enquanto aparece atrás dela uma homem com as mãos amarradas ao tecto, amordaçado com uma ball-gag e usando um hood.

Jennifer Lopez também dá o seu contributo à causa, dando o seu corpo a “ A Cela”, onde o tema central é… Bondage. Jennifer aparece em muitas cenas amarrada, amordaçada, usando coleiras, vestindo autênticos vestidos fetichistas e apelativos ao mundo Bondage.

Até nas comedias que vemos, aparecem sinais de Bondage. Em “ A Família Adams”, “Wild Wild West” (com o Will Smith) e o famoso “Scary Movie”, aparecem muitas cenas de personagem deliciosamente amarrados, amordaçados, usando utensilios de Bondage ou falando directamente disso.

Na Televisão, em série que apreciamos e vemos todos os dias, temos também algumas formas bastante ténues e quase imperceptíveis de Bondage.

“Buffy: a caçadora de vampiros”,  “Donas de casa desesperados” onde o marido de Bree Van De Kamp tem o fetiche de ver a esposa usar corpetes de cabedal preto ou um harness de cabedal e botas de cabedal preto com tacões altos, são exemplos disso.

Na musica temos bandas e artistas consagrados com os Evanescense onde as suas musicas roçam sempre o mundo do BDSM. A própria cantora Amy Lee, já se confessou amante de practicas de Bondage.

Green Day e Guns’n Roses com temas com “Blood, Sex and Booze” e Pretty Tied Up” respectivamente fazem menção a esse tema nas letras das suas musicas.

A sociedade está cheia destes sinais. Estreou há pouco tempo, em Portugal o filme Call Girl, sucesso de bilheteira e a capa era a Soraia Chaves com um chicote nas mãos.

Creio seriamente que no futuro as mentalidades vão alterar-se, a sociedade vai chegar à conclusão que o mais importante são as pessoas, e tudo aquilo que se esconde por trás de cada personalidade, como evoluem, como as tornar seres mais felizes e tenderá para uma valorização dos valores morais em vez dos valores materiais e, aí sim, qualquer pessoas que goste pudera se orgulhar e assumir, sem qualquer preconceito, que é adepta de Bondage. Para isso, basta que as pessoas deixem de ligar o Bondage, as máscaras, as roupas estranhas e os chicotes, a practicas doentias de sadismo e a masoquismo, e comecem a sentir o Bondage como uma filosofia superior em que cada um sente e vive da maneira que o torna mais feliz.